Amores, dissabores, contos e afins...

Um espaço para a exposição de contos neuróticos...

Friday, August 10, 2007

Quase 1 ano...

Quase um ano de nascimento. Nasceu de uma insanidade. Agoniza, mas ainda está aqui. Um ano de Blog. Um blog que ninguém lê. Nem você. E nem eu... Fala sério. Bom, vai q eu dia resolvo escrever de novo. Desta vez, só mim, MESMO.

Saturday, September 23, 2006

Sonhar ainda não custa nada!

Antes de continuar o conto da Lia e da Dominique, segue mais um escrito:




Efêmero é sonhar, ver o mar, amar...
Sonho que não quero, não espero, venero...
É algo que não alcanço, não avanço, sem descanso...


O impossível florece da capacidade de sonhar...
Imaginar que é possível, previsível...
No final até perde a graça.
Vivência realizada,
Mesmo que de fachada,
Não mais desejada.


Vou para onde quero,
Vôo rasante sobre o mar.
Imagino o infinito.
Cogito passagens estranhas, soberanas.
Deixo de ser o meu ser. Ou um não-ser?
Quem quer saber?


Não há o que dizer,
Basta viver,
Amar,
Sonhar,
Ver o mar.

Monday, September 18, 2006

Amigas para Sempre...

Dominique e Lia lutavam ferozmente por suas vidas. O penhasco era íngreme e certamente uma queda seria fatal. Lia se encontrava logo abaixo de Dominique e tentava a qualquer custo agarrar-lhe pelo pé ou pela bela túnica que a loura vestia.
Dominique por sua vez se agarrava entre as relvas e arbustos na tentativa de sobreviver. Desferia chutes na direção de Lia, mas não para atingi-la. Queria apenas se desvencilhar de Lia, que tentava derrubá-la. À certa altura, ambas pareciam esgotadas em sua batalha por sobreviver, mas Lia ainda conseguiu forças para se agarrar em alguma vegetação e se aproximar de Dominique, que estava estafada. Lia estava disposta a matá-la. Em seu olhar percebia-se todo um ódio contido. Mas por que Lia queria matar Dominique?
Esta era a pergunta que Dominique fazia a si mesma enquanto batalhava por sua vida. Ela também tentou em vão obter esta informação da própria Lia que parecia não lhe ouvir. Não respondia nada e concentrava-se em derrubar Dominique a qualquer custo. O sol forte aquecia seus corpos e sugava o pouco de energia que ainda restava.
Eis que Lia dá a sua cartada final: agarra Dominique pelos longos cabelos louros encaracolados e tenta derrubá-la. Dominique grita de dor e escorrega por entre as pedras. Mas ela consegue se segurar em Lia também pelos cabelos, os seus curtos cabelos vermelhos. Lia não aguenta o peso e se solta. As duas caem. Dominique no entanto consegue se segurar mais abaixo em um arbusto maior. Pode ainda observar a queda de Lia.
Lia cai de costas, olhando nos olhos de Dominique e esboçcando um sorriso no rosto. Mesmo lá embaixo, ferida e desfigurada, Lia mantém o seu olhar na direção de Dominique e desfalece balbuciando algumas palavras que Dominique se esforça para compreender. Ele morre, mas mantém um sorriso na face.
Dominique respira aliviada, embora lamentando o ocorrido. Ela também estava ferida e mal conseguia se mover. Só lhe restava esperar por ajuda. Nem mesmo encontrava forças para gritar por socorro. E lá ela ficou, inerte sob o sol, em meio a relva, pedregulhos e areia vermelha.
Algum tempo mais tarde, Dominique ouve barulho de sirenes de bombeiro ou polícia – ela não sabia bem. De qualquer forma, seria resgatada.
Um policial se aproxima e observa Dominique. Pergunta se está tudo bem e avisa que o resgate está a caminho. A moça não teve forças para lhe dizer nada. Logo já havia uma multidão de curiosos ao pé do penhasco observando Dominique e o corpo de Lia. O resgate é feito e Dominique é amparada por bombeiros que já lhe prestam os primeiros socorros. Sentada na ambulância, ela vê o corpo de Lia sendo transportado inerte, sob um saco negro. “Acabou tudo” – pensara Dominique. Embora mal soubesse que este era apenas o começo...

Sunday, September 17, 2006

O contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença.

Passamos boa parte de nossas vidas querendo ser notados.
E somos assim desde o nosso primeiro suspiro. Ainda amparado por nossa progenitora, já nos causa bastante descontentamento quando somos colocados em nosso enorme berço e lá permanecemos sozinhos por algum tempo. É angustiante estar naquele imenso quarto, aquele ambiente inóspito e nós ali, desamparados. Não podemos pedir compreensão de um bebê. Não se espera que um bebê entenda que a mãe tem que sair de seu lado por alguns minutos. Esses minutos podem ser traumáticos. Freud exemplificou bem isto com a sua teoria sobre o “Fort dá”.
Quando crescemos um pouco mais, a busca por atenção continua. É como se quiséssemos dizer: “Ei, eu estou aqui, sou importante. Faça-me sentir importante. Mostre-me que sou aceito. Diga que eu lhe dou prazer”.
Na mais tenra idade disputamos avidamente a atenção de nossos pais com nossos irmãos. Cada um desenvolve um mecanismo próprio de “aparição”. Ou é o aluno que tira notas altas, ou é o garoto-problema da escola, o adoentado, o frágil etc. Pois afinal o que queremos é ser notados, seja para o mal ou para o bem.
Na adolescência isto fica mais claro e a dispusta mais acirrada. Ou quer ser a garota mais bonita da escola, a mais assediada, ou a CDF. Até o esquisito tem o seu mérito. O pior de tudo é quando você não existe para o mundo. É muito pior do que ser odiado. Sabe aquele seu coleguinha de classe que você nunca mais vai se lembrar?
Não ser notado é a morte para um artista, por exemplo. E em relacionamentos? Tem coisa mais dolorosa do que a indiferença? Quando você ama, você sente algo. Quando você odeia você sente algo. Mas quando você é indiferente... É o vazio. O vácuo. A ausência total de sentimentos.
Passemos para exemplos reais. Sabe aquele seu relacionamento que foi morrendo aos poucos? Foi morrendo e você nem se deu conta, provavelmente porque estava indiferente. Pois bem. Quando de fato há um ponto final – o ser humano é assim – é que se percebe a falta que o outro faz. A esta altura, o outro aprendeu conviver com a sua indiferença, o seu não bem-querer, a sua ausência mesmo estando presente, o seu não-ser.
Você resolve que quer esta pessoa que outrora já lhe pertenceu. Vai lutar por ela e mostrar que não está indiferente. Qual não é a sua surpresa quando você percebe que não é mais você o indiferente.
Percebe-se isto nos pequenos detalhes: Aqueles telefonemas que ele nunca retornou. Aqueles emails que ele nunca respondeu. Mesmo assim você insiste e liga para ele. Resolve contar o seu dia e suas conquistas recentes. Ele, fazendo força para demonstrar interesse, quase sem energia solta lá do outro lado da linha um “legal”. “Legal”? Apenas “legal”? Sim, apenas isso. E teve sorte que ele ainda lhe atendeu.
Sabe quando você percebe que você não fez a mínima diferença na vida de um ser humano? Sabe quando você se dá conta que você poderia estrebuchar no meio fio de uma esquina deserta e ele nem saberia? Sabe quando ele não tem a menor vontade de ter notícias suas e saber se você está bem ou não? Pois é, você acabou de conhecer a tal da indiferença.
Narcisistas como somos, não convivemos bem com isso. No entanto há de se convir que é uma arma poderosa. Bom para usar com aquele cara chato que resolveu pegar no seu pé. Uma coisa é ser o algoz. A outra é ser a vítima de ato tão vil e cruel.
A verdade que é que a indiferença é um dos sentimentos mais humanos. Antigo, profundo e poderoso. Faz com que você veja aquilo que você não quer ver. Faz com que você reaja de uma maneira que talvez jamais agiria. É transformador. Arranca qualquer sujeito da inércia. Clareia a mente e os ideais. Faz com que você reavalie seus valores.
Portanto, chega-se à conclusão que este não-sentimento tem o seu valor. Precisamos estar conscientes disto e aproveitar ao máximo esta vivência, já que fomos confrontados com tais sentimentos.
Encontrei um site que tem um artigo sobre o tema:
http://www.lieven.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=20&Itemid=2

Friday, September 15, 2006

Verso de sábio amigo poeta

Nada de complicação, pureza de alma...
E vazão ao coração. Mente pro que é certo.
E nao ter medo de errar.
Se errar tão somente, é de novo começar.

Wednesday, September 13, 2006

Dez passos infalíveis para controlar aquela sua louca vontade de ligar para um idiota:

1. Lembre-se SEMPRE de como ele foi idiota com você e esqueça os poucos e bons momentos vividos. Ainda deu vontade de ligar? Lembre-se como ele foi grosseiro em sua última ligação.

2. Apague todos os telefones dele.

3. Ligue para o seu melhor amigo ao invés de ligar para ele. Afinal, para que servem os amigos?

4. Ao se aproximar do telefone e sentir-se atraída por ele, abra imediatamente a geladeira e sinta-se atraída por um doce, que pode até engordar, mas lhe traz muito mais felicidade.

5. Antes de cair em tentação, dê uma olhada na conta do telefone e perceba quantos pulsos você gastou. Trace uma estatística sobre a relação custo-benefício destas ligações.

6. Faça uma daquelas promessas bem assustadoras do tipo: “Se eu ligar para ele, todos os meus fios de cabelo cairão. ” Um TOC de vez em quando pode ser providencial.

7. Tire o telefone de suas vistas. Esconda-o em um lugar seguro e procure se manter afastada dele.

8. Nestes momentos de crise evite ficar a sós com seu telefone e seus pensamentos. Companhias agradáveis são excelentes distrações.

9. Falando em distrações, esta técnica nunca falha. Busque se distrair e manter a sua mente sempre ocupada. Nem que tenha que passar o dia contando os azulejos do banheiro, não ligue. É melhor perder o seu tempo com belos azulejos do que com ele!

10. Deprimiu? Vá fazer compras e/ou cortar o cabelo.

Tuesday, September 12, 2006

Eu queria cantar uma canção que nunca foi escrita

Eu queria escrever algo que nunca foi escrito.
Queria te dizer algo que nunca foi dito.
Gostaria de palavras transformadoras, redentoras.


Eu queria conseguir tocar o seu coração
Queria lhe despertar alguma emoção.
Gostaria de ações libertadoras, renovadoras.

Eu queria fazer a diferença
Queria atingir a sua estranha essência.
Gostaria de mudanças reais, imortais.

Eu queria subir o cume mais alto.
Queria vencer um precipício em um salto.
Gostaria de vivências impossíveis, imprevisíveis.

Eu queria viver a vida de forma intensa.
Queria enxergar somente percepções imensas.
Gostaria de ser a mais feliz, aprendiz.
.

TEMPO VASTO

Tempo Vasto,
Vasto tempo
Tempo que cura qualquer sentimento
Tempo que cura a mágoa de dentro
Tempo que cura um amor a morrer.
Tempo Vasto
Vasto tempo
Tempo que faz a ferida sarar
Tempo que faz a vida passar
Tempo que faz um amor esquecer.
Vasto tempo.
Tempo que sem contratempo
Apaga qualquer pensamento
Para logo não mais doer.
Mas afinal o que é o tempo?
Tempo é vasto,
É casto,
Humano, desumano.
Apenas o tempo.
Tempo Vasto, Vasto tempo.